O OVNI
O OVNI
Quatro pessoas numa sala extremamente pequena, com sofás pequenos ( 3), mini-estante, um cestinho para o chihuahua. As pessoas não são pequenas; e elas olham fixamente, hipnoticamente para uma caixa que emite imagens e sons atraentes. Lógicamente, uma caixa que emite imagens e sons atrativos é uma televisão ( desconsiderar esta análise caso você tenha vindo do mato e não seja filho de fazendeiro rico) de noventa polegadas, tela plana , som estério, marca Império Japonês e o absurdo é que está na micro- estante... Na telinha esta passando um filme Cult-movie-dark-neo- psicodelista: “ O Pistoleiro Sem Dedo “.
Uma janela na sala está aberta, por ela passa um objeto voador não identificado, um OVNI ( sigla criada por pessoas com tendências a torcicolo ) . O Ovni pousa na cabeça da pessoa mais nova e sardenta, gênero masculino. Incomodado, o garoto levanta o braço direito e passa a mão nos cabelos num movimento robótico ( vem do latim robot : escravo mecânico ). O OVNI levanta vôo e pousa no tubo de imagens da televisão.
O objeto inusitado provoca insólitas reações nas pessoas e animal: eles se entreolharam com assombro com interrogação, medo , pavor; alguém latiu! Uma mulher de formas obtusas arregala os olhos numa expressão patética ao contemplar o objeto onírico e exclama :
- Eu acho que é uma barata...!!! –
Observação : apartir do próximo parágrafo o estilo de narração é o performático...
A barata ( Periplaneta Americana , certo tipo de automóvel, o gênero masculino não é marido da barata e etc) estava alheia a tudo , pensando em namorar, casar pois estava ficando para titia... Cuidava de sua vidinha ,não imaginava que aqueles seres montruosos tramavam contra sua vida! Repentinamente , a televisão emite um “Plim- plim” a deixa para os conspiradores!
O homem mais velho se levanta e pega sua chinela, mira na nossa heroina e atira! Barata para um lado, chinela para o outro e a televisão indo para o brejo. Nossa amiga, ilesa, mas muito assustada, se esconde num cantinho da casa e observa: os seres animalescos reviram a casa à sua procura, móvel para um lado, chihuahua para o outro... Uma selvageria!
Porém, é o garoto que a encontra. Ele encara nossa heroina , olho no olho, o garoto ao contemplar aqueles olhos maravilhos, se apaixona e começa a acreditar em amor entre seres diferentes. Ele pega nossa amiga nas mãos e se prepara para dar um beijo. A barata faz cara de nojo, sai voando e diz:
- Eu, hem! “Não estou na febre do rato nem no osso da lacraia” !!!
O garoto cheio de ódio quer vingança da barata, pega a metralhadora do pai, fica vermelho, e sai atirando.
O garoto com a arma em punho sente um poder, um desejo maléfico de matar todo mundo. Ele vê sua irmã, lembra das mamadeiras fervente que ela lhe dava e a fuzila. Mãe, pai, chihuahua...Encontram o mesmo destino. Nossa apavorada amiga é surpreendida por ele, com um sorriso satânico mira... Lentamente aperta o gatilho... Saboreando os segundos de vida da barata... Repentinamente, surge dos escombros um som salvador:
- Plim- plim!!! – O garoto volta a sua fisionomia patética, seu braço distende, entrando num estado letargico . Horas depois , um cheiro estranho percorre a vizinhança, os vizinhos notam que as emanações provêm da casa do garoto, e como todo bom vizinho, só aparece depois do incêndio, batem na porta e como toda tragédia vira manchete do jornal O Povo :
Que loco!
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